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Notícias

03/10/2017 10h46

Tratamento Cirúrgico no Câncer de Mama

O câncer de mama foi um dos tipos de câncer que mais se beneficiaram com os avanços da medicina moderna. A implementação dos programas de rastreamento, com o diagnóstico cada vez mais precoce, as novas medicações de quimioterapia, mais específica ao subtipo do tumor, e a alta tecnologia utilizada no tratamento da radioterapia fizeram com que as cirurgias ficassem  muito mais conservadoras. Há 30 anos o tratamento cirúrgico padrão era com cirurgias mutilantes, retirava toda a mama, os músculos e os gânglios, na chamada mastectomia radical clássica a Halsted, tratava o câncer mas destruía a imagem e auto estima da mulher.

A cirurgia tem um importante papel na condução desta paciente com câncer de mama, participando desde o diagnóstico, com a biópsia, na prevenção, no tratamento, com a retirada do tumor, nas reconstruções da mama, com a cirurgia plástica, e na paliação com cirurgias higiênicas. A abordagem cirúrgica é a base do tratamento desta paciente, seja de forma isolada ou associada a quimioterapia ou radioterapia.

O tipo de cirurgia varia de acordo com o estágio da doença, suas características biológicas, bem como das condições clínicas da paciente. Nos casos iniciais a tendência mundial é indicar cirurgias conservadoras da mama, a chamada quadrantectomia mamária, onde é retirado apenas a parte da mama acometida pelo tumor com margens de segurança (sem tumor), nestes casos a paciente obrigatoriamente tem que ser submetida a sessões de radioterapia, prevenindo assim o retorno da doença no restante da mama.

Nos casos avançados a retirada de toda a mama se faz necessária na chamada cirurgia de mastectomia radical, no entanto, com uma técnica bem menos mutilante que a usada no passado. Embora cada caso seja diferente, a maioria das pacientes que fazem mastectomia pode fazer a reconstrução ao mesmo tempo que a mastectomia (reconstrução imediata) ou num momento posterior (reconstrução tardia). Tanto na cirurgia radical quanto na cirurgia conservadora alguns médicos associam técnicas da cirurgia oncológica com as da cirurgia plástica, na conhecida cirurgia oncoplástica, envolvendo a remodelação da mama doente como também proporcionando uma cirurgia a outra mama para torná-las simétricas. Em casos selecionados a mastectomia radical pode ser feita sem a retirada da pele (skin sparing) ou ainda sem a retirada do mamilo (nipple sparing), apenas a retirada do tecido mamário, com segurança oncológica e excelente resultado estético.

Além do tratamento do tecido mamário a cirurgia também tem que se preocupar em avaliar uma possível disseminação das células tumorais para os gânglios linfáticos da axila. Antigamente, em todas as pacientes, era realizada a retirada de todos esses gânglios trazendo o controle da doença assim como algumas complicações como o chamado linfaedema (“inchaço”) no braço. Hoje, quando bem indicado, esta avaliação ganglionar axilar é realizada com a técnica da Biópsia do Linfonodo Sentinela (BLS), menos invasiva, onde se identifica e retira apenas o gânglio de maior probabilidade de ter doença, diminuído de forma substancial as complicações. No entanto, se esse linfonodo sentinela estiver com doença, ou ainda, quando clinicamente já se suspeita de comprometimento do gânglio axilar, a retirada de todos os gânglios da axial é mandatória. Nestes casos deve associar a radioterapia.

Ainda no âmbito cirúrgico existem também as chamadas mastectomias poupadoras de risco ou profiláticas, que consiste na retirada das duas mamas, sem diagnóstico de câncer, naquelas pacientes consideradas de alto risco para desenvolver esta doença. Além da história familiar é necessário a confirmação deste alto risco com a realização de exames genéticos (pesquisa de mutação dos genes BRCA1 e BRCA 2).

 Algumas observações devem ser pontudas antes do procedimento cirúrgico. Como qualquer cirurgia, sempre há um risco de infecção, sangramento, hematoma ou cicatrização lenta. A retirada do gânglio da axilar pode ter acúmulo de líquido sob sua pele, formigamento, dormência, rigidez, dor, fraqueza ou inchaço em seu braço. A probabilidade destas complicações acontecerem é baixa, no entanto, todas essas informações devem ser dadas e as dúvidas esclarecidas pelo cirurgião oncológico/mastologista assistente.

 A recuperação após a cirurgia normalmente é muito boa e rápida. A maioria das pacientes retorna as suas atividades habituais em média com 4 semanas. A assistência do fisioterapeuta é de grande importância para o pleno restabelecimento.

Sempre após o tratamento cirúrgico a paciente deve atentar para o resultado do laudo histopatológico (biópsia) e ser referenciada a um oncologista clínico ou radioterapeuta para avaliar um tratamento complementar.

A abordagem multiprofissional destes pacientes é fundamental. "Trabalhos científicos concluem que pacientes tratados em centros de atendimento multidisciplinar têm melhores resultados terapêuticos em termos de sobrevida e qualidade de vida".



Dr. Aldo Barros
Cirurgião Oncológico da Oncoclínica e Santa Casa de Misericórdia de Maceió.

Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO – regional Alagoas.

           

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