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Notícias

07/11/2022 13h40

Oncologista fala sobre prevenção do câncer de próstata e alerta que homens ainda “negligenciam a saúde”

a idade é um fator de risco para o surgimento do câncer de próstata, segundo Patrícia Amorim

Cada Minuto
A oncologista ressalta que, na fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) estima que, em 2022, ocorram 890 novos casos de câncer de próstata. Um número semelhante aos dois anos anteriores. Este mês, a campanha Novembro Azul traz a conscientização e prevenção do câncer de próstata, que é o segundo mais comum entre os homens, estando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

De acordo com o Atlas da Mortalidade por Câncer, do Inca, apenas em 2020, foram 200 mortes por câncer de próstata no estado. Já o Sistema de Informação Ambulatorial do Ministério da Saúde, registrou que, no ano passado, 16.055 homens brasileiros morreram pela doença, o que representa 44 mortes por dia.

Ao Cada Minuto, a médica oncologista clínica, Patrícia Amorim, afirma que a campanha Novembro Azul é importante, pois ainda existem homens que negligenciam a saúde, não adotam hábitos de prevenção e só buscam os cuidados médicos quando o sintoma passa a incomodar muito.

“Também há aqueles que têm preconceito com o exame de toque retal, um machismo nada bem-vindo. É uma situação que, segundo o Ministério da Saúde, ajudou a matar, em 2020, quase 16 mil homens no Brasil”, destaca.

Causas e prevenção

A médica afirma que a idade é um fator de risco para o surgimento do câncer de próstata, porque tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam após os 50 anos.

No entanto, ela diz que o excesso de peso também é considerado um risco. “Há pesquisas que tentam explicar essa associação, como o metabolismo esteroide sexual desregulado, a hiperinsulinemia e níveis elevados de citocinas pró-inflamatórias”.

Outro fator que aumenta a chance de desenvolver a doença, são homens cujo pai ou irmão já foi diagnosticado com câncer de próstata antes dos 60 anos também tem mais chance de desenvolver a doença. “Os maus hábitos alimentares, ou estilo de vida, e a exposição a produtos químicos podem favorecer o desenvolvimento do câncer de próstata”.

Como forma de prevenir a doença, Patrícia esclarece que é importante o homem adotar uma vida com hábitos saudáveis e manter os check-ups em dia.

“O câncer de próstata não causa sintomas nas fases iniciais, por isso é importante que os homens acima de 50 anos realizem o exame de toque retal e dosagem de PSA (antígeno prostático específico), para descobrir se há alguma alteração do órgão”, alerta.

Além disso, Amorim cita que outra forma de evitar a doença é ter uma dieta balanceada, praticar atividade física, manter o peso adequado, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas e não fumar.

Sintomas e diagnóstico

A oncologista ressalta que, na fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Há quem não apresente nenhum sintoma ou, quando apresenta, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite).

“Quando a doença alcança um estágio mais avançado, ela pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal”, comenta.

Com relação ao diagnóstico, a especialista afirma que é feito através de biópsia prostática por via transretal ou transperineal e guiada por ultrassonografia e/ou ressonância magnética. “A indicação de biópsia depende do toque retal e valores de PSA (antígeno prostático específico)”.

Tratamento

Segundo Patrícia, para a doença que só atingiu a próstata e não se espalhou para outros órgãos, a cirurgia, a radioterapia e até mesmo observação (em algumas situações especiais) podem ser a melhor conduta. Já quando o câncer está avançado, a radioterapia ou a cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido comumente utilizados.

“Quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo, o tratamento mais indicado é a terapia hormonal. Ou seja, tudo vai depender do quadro de saúde do doente, pois é a partir dessa análise que podemos definir o tratamento mais adequado”, finaliza.

Preconceitos e tabus

Uma jovem, de 22 anos, que não quis ser identificada, relata que perdeu o padrasto para a doença devido à falta de informação e o preconceito com o exame de detecção.

“A doença já tinha começado há alguns anos, mas os sintomas pioraram porque ele se negava a buscar o diagnóstico”, comenta.

A jovem conta que quando os sintomas pioraram, o familiar foi encaminhado ao médico especialista, que diagnosticou o câncer. “Mesmo com o diagnóstico ele ainda se negava a fazer o tratamento, não entendia a gravidade da doença”, diz.

Com a piora, seu padrasto foi internado  na unidade oncológica e pouco tempo depois faleceu, com 66 anos. “Foi um processo muito doloroso para toda a família, ver ele sofrer e depois partir. A situação poderia ter sido evitada casa houvesse o diagnóstico precoce e o tratamento correto”, lamenta.

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Dra. Patrícia de Araújo Amorim

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